Sentido Numérico
Todos nós lidamos com os números em diversas ocasiões do dia a dia. Por exemplo, para: fazer compras, calcular quanto vamos gastar e quanto recebemos de troco; quantificar objetos ( o número de alunos na sala de aula, o número de pessoas da família, as datas etc.);
No entanto, é preciso perceber que podem existir diferenças entre os números encontrados na escola e em diversas situações da vida. No cotidiano, as medidas numéricas não precisam ser sempre exatas. Arredondamos valores para facilitar o troco, estimamos medidas para avaliar distâncias. Isso significa que nem sempre a matemática da rua é a mesma da escola. Nesta, tratamos do sentido numérico para que a criança lide com diferentes tipos de situações de natureza matemática, seja para fazer contas, seja para desenvolver seu raciocínio numérico.
Recitar uma sequência numérica não garante o desenvolvimento do sentido numérico. Para os alunos, é um desafio relativizar os números e compreender para que, por que e onde os usamos. Esse é um dos "nós" no ensino de matemática.
As ações envolvidas na construção do sentido numérico - como as significações para os números, os diferentes modos de representá-los e de estabelecer relações entre eles - fazem parte do cotidiano matemático do aluno e se desenvolvem durante todo o período do ensino fundamental. Em um currículo de matemática centrado na resolução de problemas, isso ocorre à medida que os alunos elaboram estratégias para resolvê-los.
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, as crianças iniciam o desenvolvimento do sentido numérico e ainda estão atribuindo significados para as relações de natureza numérica. Esse é um processo natural, que exige tempo e refere-se principalmente ao ensino da contagem, das medidas e da visualização dos números.
Quando uma criança recita com certa facilidade os números de 1 até10, pode parecer que ensinar contagem é simples. Não é: contar é diferente de recitar. Contar implica em perceber que cada objeto corresponde somente a um termo da contagem e que não se deve pular nem repetir um objeto. Apesar de recitar corretamente os números de 1 a 10, a criança às vezes não consegue contar uma coleção com 7 objetos, por exemplo, pois não percebe a relação entre cada elemento da contagem e o número do objetos a que se refere.
Contar também é diferente de medir, embora usemos a mesma representação numérica. Quando trabalhamos com os números naturais, não é difícil para o aluno entender que entre 1 e 2 não existe outro "número"; podemos utilizar objetos, como lápis de cor e perguntar: "Se eu der mais um lápis ao João, quantos ele terá?" já nos processos de mediação, não se deve pensar em "saltos" entre um número e o seguinte. A largura de um caderno, por exemplo, pode ser um número entre 29 e 30 cm. Dependendo da precisão do instrumento de medida, pode ser 29,5 ou 29,51 cm.
A aprendizagem do aspecto cardinal do número também não é elementar ( o cardinal expressa uma quantidade, como os cinco dedos da mão, enquanto o ordinal indica a ordem em que o número está incluído - por exemplo, o 5º dedo). Uma criança que conta os dedos de uma mão talvez possa pensar que 5 é o nome do último dedo que contou, e não o número total de dedos.
Tais dificuldades com a contagem estendem-se à adição e à subtração. O aluno pode confundir o total da operação 1 + 4 e responder que o resultado é 4 porque esta foi a última quantidade mencionada.
A escola deve procurar desenvolver atividades que levem o aluno a perceber e buscar o sentido de quantidade ou o sentido de ordem por meio de regularidades e padrões numéricos.
Fonte: Matemática - Soluções para dez desafios do Professor, autores: Antonio J.L. Bigode e Janete B. Frant, ed.: Ática.
Caros leitores, em breve postaremos sugestões de atividades para trabalharmos o sentido numérico.
Um abraço, Equipe do Ciclo de Alfabetização.
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